
No dia 21 de novembro o assassinato do dirigente José Dutra da Costa somou duas décadas. O crime ocorreu quando o sindicalista estava na porta de sua casa, no município de Rondon do Pará, no sudeste do Pará. A terra grilada da fazenda Tulipa Negra foi o estopim da execução. Ela havia sido ocupada por 150 famílias.
O título do documento de posse estava em nome do fazendeiro Kyume Mendes Lopes. O título da fazenda teria sido expedido pelo Governo do Estado em 1918. No entanto, nesta época o Estado do Pará não titulava terras. Atesta documentação organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que realça que o título foi oficialmente declarado falso pelo Instituo de Terras do Pará (Iterpa) em 1978.
O pistoleiro Wellington Silva, “O Baiano”, foi o autor dos disparos. Ele havia chegado em Rondon há cinco dias a convite do seu tio, Gilson Silva, produtor de carvão e pequeno pecuarista. O intermediário na contratação do pistoleiro foi Ygoismar Mariano Silva, o “Ygor”, que recebeu 15 mil reais pela empreitada. A Wellington caberia a quantia de R$ 2 mil reais, recebidos somente depois da tarefa cumprida. O pistoleiro foi preso, mas não revelou os nomes dos mandantes.
O fazendeiro e madeireiro José Décio Barroso Nunes, o “Delsão”, Olávio Rochae Josélio Barros são considerados como mandantes do crime contra o dirigente sindical e migrante do Maranhão. Em 2014 Delsão foi a julgamento. Maria Joel, a viúva, além das crianças herdou a bandeira de luta de Dezinho. A família de Dezinho e o advogado Marco Polo, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos são os responsáveis pelo registro.